Foragido desde terça-feira (22/7), o irmão do servidor público que confessou ter participado de ao menos 18 ataques a ônibus se apresentou nesta quarta-feira (23/7) no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Bernardo do Campo. Sergio Aparecido Campolongo, de 56 anos, é suspeito de ter atacado dois veículos.
A informação foi confirmada pela Secretaria da Segurança Pública. Com a prisão de Sergio, o total de detidos pelos ataques a ônibus chegou a 16.
O irmão de Sergio, Edson Aparecido Campolongo, de 68 anos, foi preso na terça-feira. Morador de Taboão da Serra, na Região Metropolitana de São Paulo, ele trabalha há mais de 30 anos como motorista na Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) – no último ano, trabalhou como funcionário direto do chefe de gabinete.
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Segundo a Polícia Civil, Edson confessou ser o autor de pelo menos 18 ataques em São Bernardo do Campo, São Paulo e Santo André. Durante o interrogatório, Edson alegou ter praticado os ataques para “consertar o Brasil” e “tirar o país do buraco”, mas reconheceu que “fez merda” e “não tem nada a ver o que fez”, disse o delegado seccional Domingos Paulo Neto.
Identificação de autor de 18 ataques a ônibus
O delegado seccional Domingos Paulo Neto informou que a polícia chegou até ele após identificar um carro Volkswagen Virtus branco que foi visto em diversos ataques. O veículo seria oficial do governo.
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Objetos apreendidos com suspeito de ataques a ônibus em SP
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Objetos apreendidos com suspeito de ataques a ônibus em SP
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Edson Campolongo
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Câmeras flagraram vandalismo
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“Ele é motorista do chefe de gabinete [do CDHU]. Servia esse chefe há cerca de um ano. Por coincidência, este chefe de gabinete mora em São Bernardo e trabalha em um órgão público no centro de São Paulo. Todos os dias, esse veículo está em deslocamento de São Bernardo para a capital”, afirmou Paulo Neto.
Foram apreendidos bolas de aço, estilingues e apetrechos em endereços ligados a Edson. Ele disse na delegacia que parte dos objetos foi comprada ainda no ano passado e que escolhia os alvos “aleatoriamente”.
Em imagem capturada por uma câmera de segurança, o suspeito aparece lançando um coquetel molotov em um coletivo (veja acima). A jaqueta usada por ele nas imagens foi identificada como um indício de autoria.
Edson e o irmão, Sergio, podem responder por dano qualificado e atentado contra serviço de utilidade pública. Para a investigação, o fato de Edson ter realizado o vandalismo em série o diferencia dos demais suspeitos detidos em meio à onda de ataques, os quais foram flagrados em atos individuais.
Os investigadores não acreditam que a real motivação do servidor público seja “consertar o Brasil”.
Fonte: www.metropoles.com