Home Noticias Tarcísio deve congelar indicação ao TCE como moeda de troca na eleição

Tarcísio deve congelar indicação ao TCE como moeda de troca na eleição

3
0
Tarcísio deve congelar indicação ao TCE como moeda de troca na eleição

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pretende segurar a indicação do nome que vai ocupar uma cadeira no Tribunal de Contas do Estado (TCE) para o início de 2026, ano eleitoral. A vaga será aberta em setembro deste ano, quando o presidente Antônio Roque Citadini se aposentará compulsoriamente, ao completar 75 anos de idade.

A vaga é de indicação direta do governador. Nos bastidores do TCE, no entanto, especula-se que o novo conselheiro seja nomeado apenas no próximo ano, porque Tarcísio usaria a cadeira na Corte como moeda de troca em meio às articulações para formar a coligação que disputará as eleições.

-- Anuncios Patrocinados --
Curso Automação sem Limites

Segundo fontes ouvidas pelo Metrópoles, a indefinição se Tarcísio disputará a reeleição ao governo paulista ou a Presidência da República deve fazer com que ele adie a escolha, a utilizando como instrumento de acomodação de aliados durante a negociação das alianças para as eleições.

A vaga é altamente cobiçado no mundo político, graças à estabilidade, alto salário e poder nos bastidores. Quem é indicado passa a fazer parte de um grupo de sete titulares, que são responsável por julgar as contas do governo do estado e das prefeituras paulistas. Nesse cargo, os conselheiros recebem um salário de R$ 44 mil e podem ficar até os 75 anos de idade, quando são forçados à aposentadoria.

Até o momento, o nome mais falado para ocupar a cadeira é de Wagner Rosário, que ocupa o cargo de controlador-geral do Estado desde o início do mandato de Tarcísio. De formação militar, Rosário também foi chefe da Controladoria-Geral da União (CGU) durante os governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).

Outro postulante que corre por fora, segundo interlocutores do governo paulista, é o secretário da Casa Civil, Artur Lima, tido como um dos nomes de confiança de Tarcísio no governo estadual.

A avaliação dentro do TCE, no entanto, é a de que, caso o governador adie a indicação para o ano que vem, pode ser que outros nomes entrem no páreo, já no contexto das articulações para as eleições.


Vaga da Alesp no TCE

  • As vagas para o TCE são indicadas em revezamento pelo governador, pela Alesp, pelo Ministério Público de Contas e pelos auditores.
  • O Tribunal de Contas também terá mais uma troca neste ano, da vaga de Sidney Beraldo, que é indicação da Assembleia Legislativa.
  • O favorito é o líder do PL na Alesp, deputado estadual Carlos Cezar (PL).
  • Cezar tem 54 anos e é amigo do presidente da Casa, André do Prado (PL). Ele é pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular e tem trajetória marcada pela atuação na Frente Parlamentar Evangélica e na Comissão de Constituição, Justiça e Redação.
  • O deputado tem articulado há meses a aprovação de seu nome junto aos pares da Alesp. Segundo parlamentares, ele já teria o apoio de cerca de 80% do plenário.
  • O Metrópoles apurou, porém, que embora Cezar tenha preferência dos deputados, não está descartada a hipótese de Tarcísio interferir em favor do deputado Gilmaci Santos, de seu partido, o Republicanos.
  • Líder do governo na Alesp, Gilmaci ganhou a confiança do governador após “colocar ordem na casa”, segundo um aliado. Antes de Gilmaci, o cargo era ocupado por Jorge Wilson (Republicanos), que era alvo de críticas por falta de habilidade na articulação política.
  • Apesar do clima de disputa, pode haver um acordo entre Gilmaci e Cezar, no qual quem não ganhar a cadeira no tribunal deverá ficar como candidato favorito à presidência da Alesp em 2027.

Histórico de atritos

As duas primeiras indicações ao TCE durante o governo Tarcísio já geraram atritos políticos na base do governador.

Na primeira nomeação, o governador emplacou o então deputado federal Marco Bertaiolli (PSD-SP), que derrotou Maxwell Borges de Moura Vieira, candidato apoiado pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Preterido na primeira vaga, Maxwell acabou indicado na segunda vaga que surgiu, novamente, com apoio de André Mendonça.

Fonte: www.metropoles.com