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Testa de ferro de chefão do PCC, Frango é preso após 2 anos foragido

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Quem é Frango, testa-de-ferro de chefão do PCC fora do presídio

A Polícia Civil de São Paulo prendeu Alex Araújo Claudino, de 40 anos, o Frango, apontado como um dos principais operadores do Primeiro Comando da Capital (PCC) nas ruas da região de Campinas. A captura ocorreu em uma casa na cidade de Limeira, na tarde da sexta-feira (17/10), durante ação deflagrada pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) no interior paulista.

Segundo relatório policial obtido pela reportagem, Frango foi localizado por volta das 13h e não ofereceu resistência à prisão. Contra ele havia um mandado expedido pela Justiça de Presidente Prudente, vinculado a investigações sobre a estrutura externa comandada por Marcos Roberto de Almeida, o Tiquinho, considerado um dos líderes da facção e atualmente encarcerado no Presídio de Presidente Venceslau 2, também no interior de São Paulo.

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Veja quem é o “Tiquinho”, membro do PCC, que assediou ministro do STF

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De acordo com investigações da Polícia Civil e do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Frango atuava como elo entre Tiquinho e as bases operacionais do PCC fora das prisões, especialmente na logística financeira e no transporte de drogas e armas. As apurações indicam que Tiquinho, mesmo preso, mantinha contato com Frango por meio de celulares clandestinos e recados cifrados enviados por advogados e familiares.

O Metrópoles revelou que Tiquinho controlava “setores” da facção de dentro de Venceslau, determinando execuções, repasses de valores e distribuição de tarefas. Frango seria um dos encarregados de coordenar o repasse de recursos ilícitos, recolher dívidas e gerenciar o envio de insumos para o tráfico, além de manter a comunicação com integrantes soltos em São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul.

Preso saindo de imóvel

Fontes da investigação relataram que a prisão de Frango ocorreu após longo monitoramento, quando ele foi localizado utilizando documentos falsos e trocando de residência para evitar rastreamento. Policiais civis de Limeira e de Piracicaba o abordaram no momento em que ele deixava um dos imóveis e, posteriormente, o levaram para exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) da cidade, antes da transferência para a carceragem da DIG.

Com a prisão de Frango, investigadores acreditam que a engrenagem logística de Tiquinho sofreu “um golpe”, já que o preso era considerado “um homem de confiança fora das grades”, responsável por operacionalizar decisões do líder e garantir que o dinheiro e a droga circulassem sem interrupções. A expectativa é a de que a detenção enfraqueça temporariamente a estrutura externa da facção na região.

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Tiquinho, o chefão trancafiado

Descrito como um dos “mais altos líderes” do PCC, Rodrigo Felício, o Tiquinho de Limeira, coordena de dentro do sistema carcerário, por ao menos 12 anos, atividades criminosas nas ruas.

Condenado a 52 anos e 8 meses no regime fechado — por tráfico de drogas, associação criminosa, porte ilegal de arma de fogo e resistência –, ele contava com o apoio da esposa e do braço direito, Alex Araújo Claudino, o Frango.

Gordinha: companheira “pombo-correio”

Em documento judicial obtido pelo Metrópoles, a companheira de Tiquinho, Maria Fernanda Antunes Martins, a Gordinha, é apontada como o elo principal dele com o mundo fora das grades.

Atuando como mensageira, ela recebia cartas manuscritas do criminoso, durante visitas na penitenciária de segurança máxima.

Com ela foram apreendidas quatro folhas, em 18 de março de 2023, logo após sair da Penitenciária de Presidente Venceslau. Nos manuscritos havia orientações atribuídas a Tiquinho e endereçadas a parceiros do criminoso, entre eles, Frango e Willian Ali Srour, o Gordo.

Gordinha mantinha contato diário com Frango e Gordo. As conversas a muniam de informações sobre movimentações financeiras e sobre o tráfico de drogas, posteriormente repassadas ao chefão, em Presidente Venceslau.

Gordo coordenava ao lado de Frango ações criminosas a serem executadas a mando de Tiquinho, além de serem responsáveis pela contabilidade financeira do chefão — em nome do qual cobravam pendências e créditos de outros membros do narcotráfico.

Todas as pessoas mencionadas nesta reportagem atualmente são processadas por associação criminosa e seguem presas, com a exceção de Gordinha, solta temporariamente no início de setembro. As defesas não foram localizadas e o espaço segue aberto para manifestações.

Fonte: www.metropoles.com