“Copom, tô baleado, manda apoio. Roubaram minha arma”, disse o policial militar (PM) Johannes Santana ao acionar o Centro de Operações da PM após ser atingido por um tiro no pescoço durante uma abordagem ocorrida na favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, nesta quinta-feira (7/8). No pedido de socorro, gravado pela câmera corporal do agente, ofegante, ele relata que está sangrando e perdendo os sentidos.
Até a chegada do resgate, ele fica cerca de três minutos em contato com o Copom. Santana repete diversas vezes que foi baleado, que teve a arma roubada, e que está perdendo sangue. É possível ver quando uma gota de sangue cai na tela do celular e que sua mão direita está ensanguentada.
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Em uma moto, PM perseguiu suspeito até Paraisópolis
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Suspeito foi alcançado pelo PM em uma travessa da favela
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Suspeito é rendido pelo PM
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PM chega a apontam arma contra suspeito, mas não atira
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PM e suspeito começam briga corporal
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Baleado no pescoço, PM usa celular para pedir resgate
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As imagens também revelam a dinâmica da perseguição que resultou no PM baleado. O agente, em uma moto, segue o suspeito até conseguir alcançá~lo em uma travessa da favela. As cenas são fortes.
Veja vídeo:
Durante a abordagem, populares que presenciavam a cena se aproximam e questionam a ação do PM dizendo para ele abaixar a arma. “Ae rapaziada cola ai, vamos ajudar o moleque”, diz uma das testemunhas. Enquanto isso, o suspeito resiste a abordagem policial.
Em um determinado momento, uma testemunha tenta puxar o suspeito e evitar a imobilização policial. Posteriormente, começa uma luta corporal em que o suspeito fica próximo à cabeça do agente, levanta a arma e atira à queima-roupa no pescoço do PM. Pelas imagens corporais, é possível notar que o cabo Santana não percebe que o suspeito está armado.
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Após o disparo, o policial cai ofegante no chão e os vizinhos começam a gritar. Imediatamente, ele aciona o Copom e pede apoio avisando que foi baleado e que teve a arma roubada pelos suspeitos: “Roubaram minha arma. Estou baleado”, relatou o agente.
Após alguns segundos, o cabo Santana se levanta e chega a perguntar aos moradores da região se havia levado uma pedrada ou um tiro: “Foi tiro, moço. Foi tiro”. Posteriormente, ele volta a pedir socorro no Copom dizendo que está perdendo os sentidos.
Ao final do vídeo, o policial relata estar vendo uma sirene policial na região, mas que passou reto e não foi lhe socorrer. Depois de poucos minutos, chegaram viaturas da rocam e o socorreram.
Estado de saúde
A reportagem apurou que o PM foi socorrido ao Hospital Albert Einstein, está consciente, não corre risco de morte e já entrou em contato com familiares para tranquilizá-los da situação. Apesar disso, o agente teve uma vértebra pequena da coluna quebrada na ação e vai passar por exames para avaliar possíveis danos.
Inicialmente, o policial não deve ter os movimentos afetados, mas resultados de novos exames são esperados.
Atirador procurado
O atirador foi identificado como Kauan Alison Alves dos Santos, de 20 anos. Ele tem passagens criminais por roubos desde a adolescência — são dois atos infracionais, registrados em 2022, um no ano de 2023 e uma passagem quando já adulto, em 2024.
No momento, ele está sendo procurado na comunidade de Paraisópolis.
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PM identifica homem que atirou em cabo durante abordagem policial em Paraisópolis, zona sul de SP
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PM identifica homem que atirou em cabo durante abordagem policial em Paraisópolis, zona sul de SP
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Comunidade com medo
- Ao menos duas escolas municipais de ensino infantil liberaram mais cedo seus alunos, após o ocorrido.
- Um comunicado da EMEI Perimetral, enviado a pais e responsáveis por alunos, diz que “diante dos últimos acontecimentos em nossa comunidade” liberariam as crianças para “famílias que quiserem e puderem vir buscá-las. Cuidem-se e mantenham-se seguros”.
- Em julho, moradores da comunidade protestaram após uma operação da PM que deixou um homem morto no local.
- O protesto mobilizou um grande efetivo do corporação na noite desta quinta-feira (10/7). Os manifestantes criaram barricadas e atearam fogo em pneus e madeira nas ruas do bairro.
Capital com o metade dos PMs feridos
Dados da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) mostram que a capital paulista concentra, no primeiro semestre deste ano, 52,3% do total de policiais militares feridos em todo o estado. Foram, respectivamente, 11 e 21 casos.
A cidade também registrou aumento no número de PMs feridos enquanto trabalhavam. Foram 6, entre janeiro e junho do ano passado, ante 11 no mesmo período, representando alta de 83%.
Fonte: www.metropoles.com