A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec), ao longo desta semana, vai afixar trinta placas de aviso de áreas sujeitas a desbarrancamentos na encosta do rio Madeira. Marcelo Santos, coordenador da Comdec, explicou que o desastre acontecido na localidade de Bom Jardim, no dia 27, quando três crianças caíram por ocasião de um desbarrancamento, está ligado ao típico fenômeno de “terras caídas”, que ocorre em tempos de estiagem. “No acidente, a menina Gabriela, de dez anos, encontrava-se na parte inferior do barranco e foi soterrada. Seu irmão, de oito anos, como também seu tio, de doze, que estavam na parte superior, conseguiram ser salvos. Esse tipo de ocorrência é comum na encosta do Madeira nesses tempos e não há previsão de até quando ele poderá continuar acontecendo. Dessa forma, pedimos à população que tenha muito cuidado e não permita que as crianças brinquem nesses locais”, afirmou.
A Comdec efetuou um estudo ao longo dos barrancos e mapeou trinta áreas que apresentam perigo iminente de desbarrancamentos. Aos alunos que precisam descer os barrancos para pegar embarcações que os levem às escolas e também aos demais moradores de locais próximos a essas áreas, o coordenador pede que busquem acessos alternativos e evitem os locais onde estiverem afixadas as placas.
Sobre o acontecimento em Bom Jardim, Santos esclareceu que a Defesa Civil Municipal foi comunicada no dia 28, pela manhã, por um morador da localidade. “Rapidamente, enviamos nosso pessoal. Recebemos a informação de que o Corpo de Bombeiros já havia estado lá e feito apenas a busca fluvial. Eles não poderiam mergulhar para não colocar em risco a integridade física da guarnição. No dia seguinte, fizemos o isolamento da área, a fim de que não aconteçam outros acidentes, pois na madrugada desse mesmo dia o barranco já havia cedido um pouco mais”, informou o coordenador, explicando ainda que a Comdec está acompanhando os acontecimentos e dando suporte psicológico à família. “Levamos para lá nossa psicóloga, que tem feito esse acompanhamento. Também interditamos o local, que ainda se mostra perigoso. Devido às últimas enchentes, o fenômeno terra caída tem dado mostras de estar intensificado pelas condições atuais dos barrancos.
Em Calama houve o desmoronamento de uma parte frontal do distrito. Não houve vítimas, mas isso abala as populações tradicionais”, destacou.
Por enquanto, segundo informou o coordenador da Comdec, não foi ainda achado o corpo da criança soterrada. Ainda nesta semana, acatando a determinações do Ministério Público Estadual, o Corpo de Bombeiros deverá levar à área uma draga para remexer a parte desbarrancada, até que o encontre. “Esse tipo de serviço não cabe à Defesa Civil Municipal e é de competência do estado. De nossa parte, continuaremos trabalhando em auxílio às ações dos Bombeiros, vamos continuar com a interdição da área e vamos procurar manter afastados curiosos e amadores que queiram se aventurar na busca pelo encontro da criança soterrada”, finalizou.