São Paulo — O proprietário do imóvel onde o avião da VoePass caiu na sexta-feira (9/8) em Vinhedo, no interior de São Paulo, matando 62 pessoas, fez uma homenagem às vítimas do acidente nesse domingo (11). Luiz Augusto de Oliveira colocou um vaso de flores, uma vela acesa e um chocolate no local do acidente e posteriormente publicou uma mensagem em um vídeo (veja abaixo) nas próprias redes sociais.
“Fica aos pais, aos familiares, o meu sentimento, a minha solidariedade, e tenha certeza de que nesse dia especial eu deixei depositado lá um vaso de flor, uma lâmpada acesa, uma velinha, deixei um chocolatinho porque teve crianças ali [no acidente]”, contou.
“Dentro da minha casa, eu deixei aquele espaço maravilhoso para que eles fiquem e ali descansem as suas almas, e deixe a família toda aí confortável”, falou sobre o jardim do quintal onde o avião caiu e explodiu nessa sexta (9/8). “Hoje eu acolho 62 famílias dentro do meu coração.”
Apesar de estar dentro da casa no momento da tragédia, Luiz Augusto escapou ileso. A família dele também está bem.
“A minha residência é um lugar onde eu imagino que foi especial para essa aeronave, da forma como ela desceu na minha residência, e ali eu acabo acolhendo 62 almas, e soube hoje também de um animal.”
O acidente
O avião de prefixo PS-VPB havia saído de Cascavel, no Paraná, às 11h46, com destino ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, e chegada prevista para às 13h50. Aquela era a quarta viagem do dia da aeronave turboélice modelo ATR-72, com 73 assentos. Dentro dela, havia 58 passageiros e 4 tripulantes. Nenhum deles sobreviveu.
De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), a partir das 13h21 a aeronave não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo, bem como não declarou emergência ou reportou estar sob condições meteorológicas adversas.
Os últimos registros do voo mostram que, instantes antes da queda, o avião estava a 5.190 metros de altura.
Às 13h22 – um minuto depois do horário do último registro – a altitude estava em 1.250 metros, uma queda de aproximadamente 4 mil metros.
O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) informou que o ‘Salvaero’ foi acionado às 13h26 e encontrou a aeronave acidentada dentro de um condomínio.
Tanto as autoridades quanto a companhia aérea VoePass, antiga Passaredo, e especialistas ouvidos pelo Metrópoles afirmam ser prematuro apontar a causa do acidente, embora a principal suspeita até o momento seja a formação de gelo nas asas da aeronave. A empresa admitiu que o modelo é “sensível ao gelo” e que esse é um “ponto de partida” para as investigações.
Segundo o diretor de Operações da VoePass, Marcel Moura, o avião havia passado por uma revisão técnica de rotina na madrugada anterior, em Ribeirão Preto, onde fica a sede da empresa. Ela estava “100% despachada, de acordo com os manuais e regulamento”, disse Moura. Para a empresa, ela estava apta a voar.
Todas as vítimas tinham nacionalidade brasileira. Os passageiros eram, sobretudo, de Cascavel e de São Paulo. A empresa divulgou a lista completa de passageiros por volta das 18h da sexta (9).
Fonte: Oficial