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Vídeo: youtuber que alertou sobre queda de avião é vítima de fake news

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São Paulo — O youtuber Lucas Estevam, que fez um vídeo em seu canal sobre a segurança da aeronave ATR-72, da empresa VoePass, 11 dias antes do mesmo modelo do avião cair em Vinhedo, no interior de São Paulo, afirmou que a mãe e o noivo receberam notícias falsas sobre a morte dele no acidente aéreo de sexta-feira (9/8), que matou 62 pessoas. 

“Eu estou sendo vítima de muitas fake news. A minha mãe achou que eu tinha morrido. Eu tinha acabado de pousar no Chile, quando eu ligo meu telefone e tem um monte de mensagem perguntando se eu estava vivo, o que tinha acontecido”, disse ele em um vídeo (veja abaixo) enviado ao G1.

Logo após a queda do avião da VoePass, Lucas estava em outro voo com destino ao Chile. A mãe dele e o noivo, então, receberam mensagens dizendo que ele estava no voo vindo de Cascavel (PR) com destino ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.

“A minha mãe estava com meu noivo, eles estavam provando o vestido para o casamento, em menos de duas semanas eu vou casar”, contou Estevam. “Eu dou graças a Deus que a minha mãe, que é uma idosa, uma senhora, então muitas vezes acaba sendo mais vulnerável, [estava com o meu noivo]. Se ela estivesse sozinha, eu não sei como ela teria ficado.”

O voo de Lucas Estevam havia acabado de pousar quando os familiares entraram em contato, então ele conseguiu dizer a eles que estava bem. Mas as fake news não pararam. 

“As pessoas continuavam mandando mensagens, eram prints circulando de canais de notícias que diziam que realmente eu estava entre as vítimas, que o negócio era confirmado, e eu não entendo por quê não checam as fontes reais de informação antes de soltar uma matéria como essa”, desabafou. 

Sobre o vídeo que publicou em seu canal Estevam Pelo Mundo, em que produz conteúdos sobre viagens, Lucas afirmou que o seu voo foi tranquilo e que ele foi bem recebido na ocasião. 

“A ideia era que as pessoas consumissem o conteúdo e vissem que meu voo com o ATR foi tranquilo. E tragicamente, alguns dias após o post, o acidente com o avião em Vinhedo aconteceu, e tivemos 62 vítimas fatais. Eu sinto muito, muito, muitíssimo por tudo isso que aconteceu”, falou. 

“Eu acho importante a gente respirar e esperar que as autoridades e os especialistas falem sobre o caso, e não ficar espalhando fake news ou possíveis teorias, que é algo que se costuma fazer na aviação”, pediu ele. “Tenham um pouco mais de responsabilidade, porque o uso de fake news pode acabar atrapalhando muito a vida das pessoas.”

O acidente

O avião de prefixo PS-VPB havia saído de Cascavel, no Paraná, às 11h46, com destino ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, e chegada prevista às 13h50. Aquela era a quarta viagem do dia da aeronave turboélice modelo ATR-72, com 73 assentos. Dentro dela, havia 58 passageiros e 4 tripulantes. Nenhum deles sobreviveu.

De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), a partir das 13h21 a aeronave não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo, bem como não declarou emergência ou reportou estar sob condições meteorológicas adversas.

Os últimos registros do voo mostram que, instantes antes da queda, o avião estava a 5.190 metros de altura.

Às 13h22 – um minuto depois do horário do último registro – a altitude estava em 1.250 metros, uma queda de aproximadamente 4 mil metros.

O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) informou que o ‘Salvaero’ foi acionado às 13h26 e encontrou a aeronave acidentada dentro de um condomínio.

Tanto as autoridades quanto a companhia aérea VoePass, antiga Passaredo, e especialistas ouvidos pelo Metrópoles afirmam ser prematuro apontar a causa do acidente, embora a principal suspeita até o momento seja a formação de gelo nas asas da aeronave. A empresa admitiu que o modelo é “sensível ao gelo” e que esse é um “ponto de partida” para as investigações.

Segundo o diretor de Operações da VoePass, Marcel Moura, o avião havia passado por uma revisão técnica de rotina na madrugada anterior, em Ribeirão Preto, onde fica a sede da empresa. Ela estava “100% despachada, de acordo com os manuais e regulamento”, disse Moura. Para a empresa, ela estava apta a voar.

Todas as vítimas tinham nacionalidade brasileira. Os passageiros eram, sobretudo, de Cascavel e de São Paulo. A empresa divulgou a lista completa de passageiros por volta das 18h da sexta (9).

Fonte: Oficial