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Volkswagen reafirma que considera fechar fábricas da Alemanha

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Volkswagen reafirma que considera fechar fábricas da Alemanha

A Volkswagen reafirmou, na última quarta-feira, 4, que enfrenta uma crise significativa e que ainda considera fechar fábricas na Alemanha, pela primeira vez em sua história. A companhia enfrenta uma queda na demanda, além da transição para carros elétricos. A situação gerou protestos de 25 mil funcionários que estão preocupados com seus empregos.

Arno Antlitz, diretor financeiro da Volkswagen, afirmou à Reuters que a montadora tem um período de um a dois anos para reverter a situação de sua principal marca.

Reunião com trabalhadores das fábricas da Alemanha

Durante uma reunião com os 25 mil trabalhadores, ontem, na cidade de Wolfsburgo, Antlitz destacou a necessidade de cortar gastos e ajustar a produção. No encontro, interrompido por gritos de “auf Wiedersehen” (adeus, em tradução do alemão), Antlitz mencionou a queda na demanda de cerca de 500 mil carros, o equivalente à produção de duas fábricas.

O CEO Oliver Blume acrescentou que a pressão financeira aumentou devido à queda nos lucros no mercado chinês.

Já Daniela Cavallo, chefe do conselho de trabalhadores, criticou a administração da Volkswagen por “danificar massivamente a confiança”. Ela afirmou que os sindicatos estão preparados para lutar contra o fechamento das fábricas. O sindicato IG Metall não descartou greves e mantém suas demandas salariais.

Trabalhador da fábrica há 38 anos, Axel Wenzlaff disse à Reuters que “as pessoas estão com medo de ser demitidas e perder suas casas”.

Desafios enfrentados pela indústria automotiva

Foto: Julia Stratenschulte/DPA/Agência Lusa

A situação reflete os desafios enfrentados por gigantes automotivos europeus, como a Stellantis e a Renault, que lidam com altos custos de mão de obra e energia. Outro empecilho para o setor é a concorrência de rivais asiáticos de menor custo. Olaf Scholz, chanceler alemão, e o ministro do Trabalho, Hubertus Heil, prometeram apoio à empresa.

A Volkswagen, que também possui as marcas Audi, Seat e Skoda, estabeleceu uma meta de margem de lucro de 6,5% para 2026. Ainda de acordo com a agência de notícias, a empresa enfrenta críticas pela parceria de € 5 bilhões com a startup norte-americana Rivian, em vez de focar a proteção de empregos na Alemanha.

“O mercado simplesmente não está lá”, afirmou o diretor financeiro da Volkswagen.

Arno Antlitz destacou que não espera uma recuperação nas vendas.

Fonte: Oficial